terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

COM VISTAS AO CONCÍLIO GERAL 2016.





















COM VISTAS AO CONCÍLIO GERAL 2016.
Meus irmãos e minhas irmãs hoje eu gostaria de meditar com vocês mais uma vez sobre a Igreja verdadeira de Jesus Cristo. Primeiramente vejamos a forma como o próprio Jesus identifica a sua Igreja. Ele está perguntando aos discípulos quem os homens diziam ser Ele. Os discípulos começam a responder de uma forma vaga: “Uns dizem que o senhor é um dos grandes profetas, outros dizem que o Senhor é Elias”. Diziam isso até porque própria Bíblia diz que Jesus viria no espírito de Elias. Claro que isso não tem nada a ver com a doutrina kardecista da reencarnação. Ou seja, Jesus seria o Elias reencarnado, Não é isso. Mas sim viria agindo e pensando como Elias. Jesus então particulariza a pergunta: E vós, quem dizeis que eu sou? Ou seja, e vocês que estão próximos a mim o que acham? Quem eu sou para vocês? Certamente devem ter ficado quietos por um instante até que Pedro responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” Vem então a fala de Jesus: Bem-aventurado és Simão Barjonas! “Porque não foi a carne nem o sangue que te revelaram, mas meu Pai que está nos Céus”. Ou seja, Você falou pelo Espírito Santo. Bom até aqui nada sobre a Igreja. Mas Jesus diz a Pedro, “Também te digo que tu és Pedro (Rocha firme) e sobre essa Pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei a chave do Reino dos Céus. O que ligares na terra terá sido ligado nos Céus e o que desligardes na terra terá sido desligado nos Céus. Aqui Jesus não está falando com Pedro e sim com a Igreja que acabara de inaugurar sobre a firmeza da confissão de Pedro e o entendimento espiritual com que Pedro por revelação o reconhecera. Por isso Jesus dá a essa Igreja recém-inaugurada, a investidura de poder para legislar sobre ligar e desligar pessoas no Reino dos Céus.
No entanto eu ainda não entrei no assunto que me chama a atenção. Uma pergunta que não quer calar em mim: O que é a Igreja para nós. O que e quem reconhecemos como a verdadeira Igreja de Cristo hoje em dia? Será que sabemos? Sem dúvida a maioria responderia que sim. Mas eu insistiria, sabemos mesmo? Falo assim baseado em nosso comportamento no trato da Igreja ou das coisas relacionadas à Igreja. Para muitos a Igreja é o prédio onde o povo se reúne para o culto. Para outros a Igreja são as organizações que temos em nossas congregações.  Existe um grupo para quem a Igreja é a Instituição. Esse grupo é mais seleto. Mas é um grupo forte em nossas Igrejas. São pessoas que fazem as Leis institucionais e velam sobre essas instituições para serem cumpridas à risca.  Para essa Gente a Igreja são as instituições, a Igreja é aquilo que as “Leis” dizem. Eu diria sem nenhum medo de cometer uma aberração teológica que esse grupo não sabe quem ou o que é a Igreja verdadeira de Cristo e nem quem é o Cristo da Igreja. Jesus sempre tratou das coisas relacionadas ao Reino de Deus de forma simples, objetiva e sem legalismos. Quem era legalista era os “religiosos” contra quem Jesus sempre estava, e ainda está contra. O que esses “religiosos” institucionalizados sempre mostravam à Jesus eram os preceitos legais.  Como por exemplo: A lei diz que não se faz nada ao sábados. Como podes curar no sábado? Diziam: “Existem outros dias na semana para serem curados. Porque vêm aos sábados”? Como quem diz: A Lei diz que não se pode fazer nada aos sábados. Mas vocês me diriam, pastor hoje nós não nos comportamos mais assim. Será que não? Eu jamais diria que não, observando como estamos presos às instituições. Estamos com as mãos algemadas pelo o institucional e com os nossos tornozelos presos com as grandes bolas de chumbo que o institucional impõe. Assim emperramos a caminhada da Igreja e criamos dificuldades enormes para a obra de Deus se desenvolver plenamente e prendemos os pés da Igreja para não deixa-la caminhar com desenvoltura. Em muitos casos o Institucional fala mais alto do que a Graça e a misericórdia de Deus. Nós nos esquecemos de que o institucional nada mais é do um complexo de leis que nós mesmos fizemos que é bom, mas em muitos casos pode atrapalhar e temos que ter discernimento para não permitir que o institucional se transforme em empecilho para a Igreja de Cristo realizar sua obra. Mas pastor nós não fazemos isso. Não mesmo? Vejamos com honestidade a complexidade e a inflexibilidade das nossas “Leis”. É sempre bom lembrar que Jesus disse: O sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa da sábado. Ou seja, A lei foi feita para beneficiar as pessoas e não as pessoas para beneficiarem a lei. Jesus chama a atenção para isso quando diz: “Vocês não viram o que fez Davi quando ele e os seus companheiros tiveram fome em um dia de sábado? Como entraram no campo e colheram espigas para comerem?” Meus amados irmãos e minhas amadas irmãs a lei precisa ter flexibilidade. Sem isso ela se torna aquilo que Jesus disse: “Ai de vós escribas e fariseus! Que atais fardos pesados e os colocais sobre os ombros dos outros. Mas vós mesmos nem com um dedo os quereis tocar”. “Túmulos caiados...” Não estou dizendo que a lei em si e ruim. Precisamos de leis e na Igreja também. Mas as pessoas precisam ser levadas em conta quando um preceito legal as prejudicam. Nesse caso devemos ficar com as pessoas. Por sermos humanos temos sempre um problema: O perigo de sermos tendenciosos ao criarmos as nossas leis. Estamos enquanto Igreja Metodista no Brasil para realizar mais um Concílio Geral onde vamos mexer com as nossas leis. Pensemos nisso. Será que o quê está sendo criado ou insistindo em manter não estaria prejudicando pessoas e até mesmo a própria Igreja? Seria muito bom que procurássemos “ter a mente de Cristo” para fazermos, mantermos ou alterarmos as nossas leis fazendo o que Cristo faria se estivesse em nosso lugar.  Para o quê e para quem Jesus estaria voltado?  Quem ou o quê seria o seu alvo? Sem essa reflexão nós corremos o risco de não estarmos sabendo ainda quem é Jesus e muito menos quem é e o que faz a sua Igreja neste mundo. Ser inflexível sempre, é bom ou ruim? Depende do contexto. Se minha inflexibilidade não levar em conta as pessoas com suas dores, necessidades e angústias eu não passo de um legalista e estou diametralmente em linha de colisão com Jesus Cristo e seus ensinos. A Igreja tem autoridade dada por Jesus. Mas também tem responsabilidade e precisa agir com sabedoria e sobre tudo no exercício do amor. Saber quem é Jesus é exatamente o reconhecimento automático disso. Tenhamos muito cuidado na elaboração de nossas leis. Oremos para que o próximo Concílio Geral de nossa Igreja brasileira do qual uma de nossos membros em Lins é delegada, não deixe erros anteriores permanecerem e nem cometam outros. O sucesso da Missão depende disso. Jesus Não estava contra a lei. Ele disse que veio para cumpri-la. Ele estava contra a inflexibilidade de um legalismo que cegava e prejudicava as pessoas. Eu também jamais estaria contra as leis e sei que elas são necessárias e boas. Mas quando são inflexíveis cegam, prejudicam e machucam as pessoas. Amém.
Rev. Jesué Francisco da Silva.

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