É HORA DE PENSAR À CURTO PRAZO NOS Estou na terceira geração de metodistas.
Portando conheço muito bem essa Igreja. Não tínhamos preocupação com
aposentadoria de pastores e pastoras. Conheci muitos que depois de aposentados,
pois solicitaram, (sim porque era assim) as suas aposentadorias aceitaram o
desafio de uma, duas, ou mais nomeações e ficaram trabalhando quase que o mesmo
tempo de antes depois e produziram muito com suas experiências. Conheci e conheço um que com um pouco mais de
oitenta anos foi eleito delegado ao Concílio Geral e nesse ele votou inclusive
para eleger alguns dos que ainda são Bispos da Igreja até agora. Em Lins, por exemplo, O Rev. Carlindo depois
de estar aposentado em Brasília aceitou o desafio de vir para Lins. Posso dizer
com segurança absoluta que foi um dos melhores pastores que a Igreja teve em
Lins. Foi quem tirou a Igreja da letargia e do anonimato em que se encontrava. Ele já rondava os
oitenta anos e fez um grande trabalho aqui. Mas com o trabalho secular sem
estabilidade a procura pelo pastorado e por mais estabilidade financeira muito
têm crescido e o quadro ficou saturado o que levou a Igreja a ter que descartar
os mais velhos para dar espaço aos novos. A renovação é boa. Porém deve
acontecer naturalmente sem a necessidade de descarte os mais velhos que ainda
estão com saúde e produzindo. Só que
esses velhos e eu sou um deles, tiveram que pastorear até quatro Igrejas ao
mesmo tempo por falta de pastores. Naquele tempo era mesmo por vocação, por
chamado de Deus. Hoje pelos motivos acima mencionados ou outros, nem sempre
vocação ou chamado de Deus.
Falo do sustendo até por uma
questão de justiça, desses homens que doaram sua vidas integralmente ao
pastorado e por isso mesmo não sabem fazer outra coisa e terem sido levados a
contribuírem para o INSS obrigatoriamente na condição de autônomos por incompetência
da Igreja em gerir seu fundo de pensão particular agora só têm o mísero benefício
do INSS. Mas tudo indica que o INSS vai ser exsolvido no Brasil em seis anos.
Por isso a Igreja tem de pensar no sustento dessa gente a quem ela deve e
muito, antes que seja tarde de mais. Quem vai sustentar os pastores que a
Igreja tanto se apressou em aposentar? Pensem nisso povo metodista. Creio que
não. Nem acompanharam o que está acontecendo com a aposentadoria oficial no
Brasil.
Fomos instados a deixar os
nossos trabalhos seculares para dedicarmos integralmente à Igreja. Na década de
setenta Um Concílio Geral determinou que todos os pastores que quisessem
trabalhar fora seriam colocados em disponibilidade. Para estudar o pastor teria
que pedir licença e era muito difícil a Igreja deixar. Conheço vários que
estudaram meio que escondidos. Essa Igreja tinha um fundo de pensão particular.
Mas por má gestão veio à falência. Jogaram os pastores nas mãos do INSS e isso obrigatoriamente.
Agora estão jogando esses pastores nas mãos de um sistema falido e deficitário
na Brasil que o que tudo indica vai entrar em insolvência nos próximos seis
anos. Em breve. E agora? Vocês acham isso justo? Sei que a grande maioria que
aí está defendendo essa lei não viveram os momentos que mencionei acima quando
fomos proibidos de fazer trabalho fora. Poderia essa Igreja agora deixar esses
pastores numa posição tão ruim assim? Isso é justo? Quando eu recebi a carta de
meu bispo, na época Bispo Oswaldo dias da Silva com o prazo para decidir se
ficaria na ativa sem secularizar ou e iria secularizar e ser colocado em
disponibilidade eu era jovem e tinha dois empregos. Mas finalmente abri mão dos
dois e fui para outra cidade onde sofri muito vivendo com um terço que vivia
antes numa inflação galopante nos fins dos anos setenta. Mas fiz pelo chamado,
pela vocação o voto que eu havia feito ao meu Deus. E agora? Isso foi levado em
conta? Não. Nem se pensou ou se discutiu a respeito. Pergunto a todos os que
votaram pela manutenção de Lei da parada obrigatória: A Igreja está sendo justa
com isso? Essa gente será colocada à mercê da sorte se Deus nãos lhes abrir
outras portas. Gente, cuidado! O que está em jogo são pessoas que Deus chamou para
pastorear sua Igreja. Eu espero que encontrem uma maneira de consertar isso. O
INSS além e péssimo vai acabar. Igreja não deixe para pensar depois. Pensa já.
Recolha todos aqueles e aquelas que estão saudáveis e querem continuar na ativa
de algum modo. Encontrem uma maneira. Não casse quem Deus chamou. Não os
sacrifique. Trabalhei na roça com tudo. Aprendi lá que, para amansar um garrote tínhamos que colocar um boi bem
velho de um lado da canga e o novo do outro lado. O garrote pulava o dia todo,
mas depois ia aprendendo om o velho e ficava bom. Qual a moral da história.
Ensinem os moços e moças que estão entrando ao lado dos velhos e não queiram colocar
os jovens como tutores dos velhos porque as coisas funcionam no lado oposto.
Temos que usar a experiência dos velhos somada à força física dos jovens. As
empresas seculares estão fazendo isso. Por que a Igreja insiste em andar na contramão?
Se realmente a Igreja não voltar atrás nisso o preço a ser pago será muito alto.
E quem vai cobrar é Deus. Faço minhas as palavras do Bispo Carlos no 20º
Concílio Geral quando disse: Deus vai cobrar isso de nós ali na frente.
Chamaram-no de ridículo e disseram que ele não deveria ser exposto daquele jeito.
Ele não se expôs. Foi a Igreja quem o colocou nessa situação. A ele a mim e a muitos
outros e outras em todo o Brasil.
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