quinta-feira, 19 de maio de 2016

PALAVRA PASTORAL: O TEMPO - O DIA DE DEUS E O DIA DO HOMEM. (Gn. 1:1-2:1-3).











Meus irmãos e minhas irmãs hoje eu gastaria de meditar com vocês sobre essa questão do dia de Deus e o dia dos homens. Por quê? Porque existem teologias enfatizando isso como se a Bíblia realmente ao falar de dia estivesse falando dos nossos dias de 24 horas. Especialmente para defenderem o dia do sábado como dia de guarda falam inflamadamente que Deus instituiu o dia sétimo como dia de descanso porque Ele teria criado o mundo em seis dias e terminado no dia sétimo e descansado. Para isso usam a narração bíblica interpretando-a ao pé da letra. Com muita segurança teológica e exegética posso afirmar que esses dias da criação não são os nossos. Iniciaria por apontar inclusive uma razão física. Sabemos que existem diferenças de luz sobre as partes da Terra e que os horários são diferentes em função dos fusos horários. No Brasil, por exemplo, temos vários horários diferentes em razão disso. Quando olhamos outras partes do mundo percebemos ainda isso com maior clareza. Dependendo do ponto da Terra em relação ao sol quando a noite começa em uma parte o dia se inicia em outra.  Em grande parte da Ásia os países estão doze horas em nossa frente A África do Sul está cinco horas em nossa frente e por aí vai. Ora, como podemos falar de dias como se todos os lugares estivessem tendo dias e noites ao mesmo tempo? Bom mas isso seria facilmente adequado. Ok. Mas então voltamos ao texto bíblico acima. Esse texto não pode ser visto ao pé da letra. Ele foi escrito em parte do mundo e com uma visão de mundo como se toda a Terra estivesse daquele jeito e naquela parte.  Isso estaria errado? É claro que não. Nós devemos interpretar o texto a partir da realidade do universo. Mas pastor, nós estamos falando do Planeta Terra. Ok. Fiquemos então aqui. Mesmo assim não haveria espaço para acharmos que os dias de Deus no texto bíblico são os nossos. Vejamos: Houve tarde e manhã do primeiro dia, tarde e manhã do segundo dia, tarde e manhã do terceiro dia. Somente depois, no quarto dia foi que Deus criou o sol e a lua que o texto chama de grandes luzeiros, sendo um para governar o dia e outro para governar a noite, versículos 14 – 19 houve tarde e manhã do quarto dia. Ora, o que separa o dia e a noite que conhecemos são esses luzeiros. Ou não? Existem outros em nosso planeta? Sabemos que não. Se esses dias do texto da criação fossem os nossos como antes do sol e da lua já havia tido três tardes e três manhãs? O que faz essas tardes e essas manhãs só apareceu no quarto dia. Vocês percebem? Revejam o texto estudando-o bem e com calma, observando bem a sequência do tempo de Deus na criação. Sinceramente eu pergunto: Podemos afirmar categoricamente que esses dias são os nossos dias separados pelo sol e noites pela lua? Obviamente não. Se não então que dias são esses? Estudando teologicamente o texto podemos chagar a uma teoria que penso ser a mais correta. Quais seriam? Os dias aqui na verdade são eras geológicas. Não sabemos o tamanho delas. Mas são eras geológicas. Primeiro dia uma era, segundo dia outra era, terceiro dia  outra era, quarto dia outra era, quinto dia outra dia, sexto e o sétimo são outras eras geológicas em um tempo que só Deus sabe. Só Ele sabe onde está o princípio mencionado no texto. Na verdade o que temos são números que demonstram a organização sequencial de Deus na criação. Para quem estuda teologia o que o texto está falando é do tempo de Deus que tem uma ordem e que as coisas de Deus são feitas dentro dessa ordem.
Mas o que quero dizer com isso além de filosofar em cima do tema. Ok. Em termos práticos estou tentando lhes dizer que uma doutrina que se baseia no dia de sábado levando em conta o nosso tempo, os nossos dias humanos, da forma como vemos e sabemos sobre nossos dias, meses e anos pode estar incorrendo em grande erro. O sábado de Deus na criação seguramente não é o nosso. Sem dúvida esse sábado é também uma era geológica e nós ainda estamos nessa era à sétima. Estamos no descanso e Deus, que ainda não é o definitivo. A palavra hebraica Sabah significa descanso. Em hebreus, 3:11 a palavra Sabah aparece referindo-se a descanso. Da palavra grega sábbaton, nome neutro, que significa sábado. ... que a tradução correta e fiel da expressão original grega deve ser: "O primeiro dia da semana." ... Sábbaton – propriamente cessação do trabalho, descanso; o sábado...  Portanto Hebreus está chamando de sábado a eternidade com Deus. É o descanso eterno na glória. Aleluia! Com isso estamos afirmando que não podemos basear uma doutrina para nossa Igreja na afirmativa de que o sétimo dia de nossa semana é o mesmo sábado que o Senhor Deus descansou de todas as coisas que havia criado. Até porque esse termo em relação a Deus é figura porque Ele não se cansa nunca. Simplesmente a Bíblia usa aqui uma linguagem antropomórfica.
Nós metodistas não temos dia de guarda. Observamos o Domingo como dia de Culto e descanso semanal e não como dia de Guarda. Em se falando ainda de trabalho de Deus vejamos o que Jesus diz sobre isso: “Meu pai trabalha até agora e eu trabalho também” (Jo. 5:17). Jesus foi muito c









laro ao dizer que o sábado foi  feio por causa do homem e não o homem por causa do sábado.
Meu convite a vocês é para que tenhamos cuidado com essas doutrinas e para que demos importância maior ao Senhor do sábado, Jesus Cristo. Amém.
Reverendo Jesué Francisco da Silva.


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