Meus irmãos e minhas
irmãs hoje eu gastaria de meditar com vocês sobre essa questão do dia de Deus e
o dia dos homens. Por quê? Porque existem teologias enfatizando isso como se a
Bíblia realmente ao falar de dia estivesse falando dos nossos dias de 24 horas.
Especialmente para defenderem o dia do sábado como dia de guarda falam
inflamadamente que Deus instituiu o dia sétimo como dia de descanso porque Ele teria
criado o mundo em seis dias e terminado no dia sétimo e descansado. Para isso
usam a narração bíblica interpretando-a ao pé da letra. Com muita segurança teológica
e exegética posso afirmar que esses dias da criação não são os nossos. Iniciaria
por apontar inclusive uma razão física. Sabemos que existem diferenças de luz
sobre as partes da Terra e que os horários são diferentes em função dos fusos
horários. No Brasil, por exemplo, temos vários horários diferentes em razão
disso. Quando olhamos outras partes do mundo percebemos ainda isso com maior
clareza. Dependendo do ponto da Terra em relação ao sol quando a noite começa
em uma parte o dia se inicia em outra.
Em grande parte da Ásia os países estão doze horas em nossa frente A África
do Sul está cinco horas em nossa frente e por aí vai. Ora, como podemos falar
de dias como se todos os lugares estivessem tendo dias e noites ao mesmo tempo?
Bom mas isso seria facilmente adequado. Ok. Mas então voltamos ao texto bíblico
acima. Esse texto não pode ser visto ao pé da letra. Ele foi escrito em parte
do mundo e com uma visão de mundo como se toda a Terra estivesse daquele jeito
e naquela parte. Isso estaria errado? É
claro que não. Nós devemos interpretar o texto a partir da realidade do
universo. Mas pastor, nós estamos falando do Planeta Terra. Ok. Fiquemos então
aqui. Mesmo assim não haveria espaço para acharmos que os dias de Deus no texto
bíblico são os nossos. Vejamos: Houve tarde e manhã do primeiro dia, tarde e
manhã do segundo dia, tarde e manhã do terceiro dia. Somente depois, no quarto
dia foi que Deus criou o sol e a lua que o texto chama de grandes luzeiros,
sendo um para governar o dia e outro para governar a noite, versículos 14 – 19 houve
tarde e manhã do quarto dia. Ora, o que separa o dia e a noite que conhecemos
são esses luzeiros. Ou não? Existem outros em nosso planeta? Sabemos que não.
Se esses dias do texto da criação fossem os nossos como antes do sol e da lua
já havia tido três tardes e três manhãs? O que faz essas tardes e essas manhãs
só apareceu no quarto dia. Vocês percebem? Revejam o texto estudando-o bem e
com calma, observando bem a sequência do tempo de Deus na criação. Sinceramente
eu pergunto: Podemos afirmar categoricamente que esses dias são os nossos dias separados
pelo sol e noites pela lua? Obviamente não. Se não então que dias são esses?
Estudando teologicamente o texto podemos chagar a uma teoria que penso ser a mais
correta. Quais seriam? Os dias aqui na verdade são eras geológicas. Não sabemos
o tamanho delas. Mas são eras geológicas. Primeiro dia uma era, segundo dia
outra era, terceiro dia outra era,
quarto dia outra era, quinto dia outra dia, sexto e o sétimo são outras eras
geológicas em um tempo que só Deus sabe. Só Ele sabe onde está o princípio
mencionado no texto. Na verdade o que temos são números que demonstram a organização
sequencial de Deus na criação. Para quem estuda teologia o que o texto está
falando é do tempo de Deus que tem uma ordem e que as coisas de Deus são feitas
dentro dessa ordem.
Mas o que quero dizer
com isso além de filosofar em cima do tema. Ok. Em termos práticos estou
tentando lhes dizer que uma doutrina que se baseia no dia de sábado levando em
conta o nosso tempo, os nossos dias humanos, da forma como vemos e sabemos
sobre nossos dias, meses e anos pode estar incorrendo em grande erro. O sábado
de Deus na criação seguramente não é o nosso. Sem dúvida esse sábado é também
uma era geológica e nós ainda estamos nessa era à sétima. Estamos no descanso e
Deus, que ainda não é o definitivo. A palavra hebraica Sabah significa descanso.
Em hebreus, 3:11 a palavra Sabah aparece referindo-se a descanso. Da palavra grega sábbaton, nome neutro, que significa sábado. ... que a tradução correta e fiel da expressão original grega deve ser: "O primeiro dia da semana." ...
Sábbaton – propriamente cessação do trabalho, descanso; o sábado... Portanto Hebreus está chamando de sábado a eternidade
com Deus. É o descanso eterno na glória. Aleluia! Com isso estamos afirmando
que não podemos basear uma doutrina para nossa Igreja na afirmativa de que o
sétimo dia de nossa semana é o mesmo sábado que o Senhor Deus descansou de todas
as coisas que havia criado. Até porque esse termo em relação a Deus é figura
porque Ele não se cansa nunca. Simplesmente a Bíblia usa aqui uma linguagem antropomórfica.
Nós metodistas não
temos dia de guarda. Observamos o Domingo como dia de Culto e descanso semanal
e não como dia de Guarda. Em se falando ainda de trabalho de Deus vejamos o que
Jesus diz sobre isso: “Meu pai trabalha até agora e eu trabalho também” (Jo.
5:17). Jesus foi muito c
laro ao dizer que o sábado foi feio por causa do homem e não o homem por causa do sábado.
Meu convite a vocês é
para que tenhamos cuidado com essas doutrinas e para que demos importância maior
ao Senhor do sábado, Jesus Cristo. Amém.
Reverendo Jesué
Francisco da Silva.
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