quinta-feira, 2 de abril de 2015







PALAVRA PASTORAL – A IGREJA E SEU MODO DE TRABALHAR. (I Coríntios, 13:1 a 31).

Minhas irmãs e meus irmãos mais uma vez volto a falar sobre a Igreja. Espero que tenham paciência e leiam com atenção esta reflexão. Porém quero falar sobre a Igreja e seu modo de trabalhar. Nós temos visto muitos modismos por ai. Mas hoje não estaremos focados nisso, e sim no jeito de trabalhar proposto pela Igreja. Somos uma Igreja de Dons e Ministérios. Isso é: Uma Igreja onde seus membros trabalham de acordo com o (o) ministério (s) para o (os) qual (ais) se sentem chamados e para isso recebem os Dons espirituais a fim de que possam exercê-lo com eficiência.  Uma Igreja que há muitos anos vinha trabalhando com equipes eleitas para cada uma de suas tarefas deixou de fazer isso para deixar as pessoas agirem de acordo com o chamado de Deus. Só Deus conhece as necessidades do corpo de Cristo e, portanto só Ele sabe com quais ministérios e dons precisa capacitar esse corpo.

Sentimos que hoje estamos tendo algumas dificuldades para implantar o discipulado em nossas Igrejas em função de ainda não termos absorvido bem como deveríamos, o programa de Dons e Ministérios. Esse programa encontrou e ainda encontra resistência em nós porque temos medo de mudanças. Porém é necessário que vejamos o mundo em seu dinamismo e que existe um  processo que compreende mudanças. Mudanças não na essência das coisas e muito menos na concepção das verdades eternas da Bíblia, mas mudança de estratégias na condução da obra de Deus. No mundo empresarial é assim que as coisas funcionam. E lá dão certo. Porque queremos que na Igreja as coisas sejam estáticas? Vejam eu não estou falando de doutrina e sim de estratégia de ação.

O texto bíblico acima tem duas preocupações. A primeira é ensinar-nos que há vários tipos de dons espirituais na Igreja e que uma pessoa não é obrigada a ter todos os dons, mas o próprio Espírito Santo se encarrega de fazer essa distribuição como ele quer (ver. 11) Na segunda parte desse capítulo nós temos uma orientação prática de como funciona a Igreja de Cristo com pessoas que têm diferentes dons e ministérios também distintos, mas não perde a unidade e nem deixa de ser um corpo. Quando entendemos isso as coisas ficam mais fáceis e nós ofereceremos menos resistência em aprender coisas novas e boas para o trabalho da Igreja onde estamos inseridos e inseridas. Eu gostaria de dizer que na verdade nem sempre falamos das coisas novas, mas de coisas velahas. A questão dos Dons e Ministérios foi tratada por Paulo há dois mil anos. O discipulado foi instituído por Jesus há dois mil anos também. O que estamos fazendo não é novo, mas trabalhando com o velho de maneira diferente. Mas o medo não é somente do novo como disse acima, mas também do diferente. Volto e citar um exemplo de empresas. Quando uma coisa não funciona em uma empresa essa empresa adota logo modos diferentes para fazer a mesma coisa que já vinha fazendo antes. Funciona. E funciona porque métodos antigos podem estar enferrujados, ultrapassados e não correspondendo mais às demandas atuais. A Igreja também está vendo isso. Hoje em dia nós sabemos que o velho modo de evangelizar não funciona mais. Tínhamos as chamadas séries de conferências. Nessas séries trazíamos um pregador especial para dois, três ou quaro dias. Nesses dias convidávamos pesoas não evangélicas para virem aos cultos que eram superconcorridos. Os pregadores faziam apelos nos finais das mensagens e muitas pessoas aceitavam a Jesus como seu senhor e salvador. Algumas iam à frente com lágrimas e permaneciam na Igreja. Havia interesse nesse tipo de evangelizar por parte das Igrejas. Mas com o tempo isso foi decrescendo e passando a se transformar em grandes shows. Surgiram os chamados cantores góspeis com suas bandas e arrastarem multidões para as Igrejas. Mas as conversões caíram. Foi entrando nas pessoas uma vontade, um sentimento de ir aos encontros para se sentirem bem. Muitas Igrejas só ficaram com esses ativismos e vazias de espiritualidade e compromisso verdadeiro com o Reino de Deus. Nesse ponto muitos passaram defender à ideia do evangelismo pessoal. Como funcionava? As pessoas saiam de duas em duas ou sozinhas e pregavam para as outras pessoas pessoalmente. Daí o nome, evangelismo pessoal.

Em todos esses modos de trabalhar havia um público/alvo para a Igreja alcançar. Era os católicos romanos o público principal. Hoje dia há coisas que dificultam a isso até porque os católicos se apegaram mais à sua fé romana. Uma delas é que as Igrejas evangélicas foram perdendo a credibilidade perante a sociedade de um modo geral, por seu mau testemunho. Com isso foram banalizadas e muitas até se transformaram em objeto de escárnios.

Ora, como fazer? Como fica a ordem de Jesus para evangelizar. Está difícil? Está e muito. Mas temos de evangelizar. Qual a forma de fazer isso com eficiência? Irmãs e irmãos a sociedade apesar da aparente aproximação tecnológica e os contatos virtuais está levando as pessoas a ficarem cada vez mais distantes umas das outras e cada um a ficar em seu mundinho particular. Os relacionamentos acabaram. São somente de coleguismo e muito triviais. O projeto discipulado visa resgatar esses relacionamentos fracos. No discipulado por meio de pequenos grupos (Células) as pessoas estabelecem relacionamentos sólidos e confiáveis. Outras pessoas são convidadas a participar dos encontros e são evangelizadas através dos relacionamentos. O discipulado não veio substituir os Dons e Ministérios e sim fortalecê-los. Eu diria que os dois sempre estiveram juntos sem que isso fosse percebido ou sistematizado nas Igrejas. Deus com certeza vai usar os dons que temos dentro das células para ganharmos outras pessoas para o seu Reino por meio de nossos relacionamentos. Mas não é só o relacionamento em si, mas de uma vida de testemunho. Precisamos deixar que nesses encontros as pessoas vejam a graça de Deus em nossas vidas. Precisamos deixar que vejam Cristo em nós pela nossa maneira de viver. Nos grupos caseiros e pequenos isso é muito mais fácil e eficiente.

Insisto. Não é coisa nova, mas uma nova estratégia para conquistarmos vidas para Jesus. Por isso eu apelo, irmãs e irmãos Não ofereçamos resistência a esse modo de trabalhar proposto pela Igreja. Abramos nossas vidas e nossas casas  para o discipulado acontecer. Cada um de nós tem um dom ou mais de um dom espirituais. Coloquemos esses dons a serviço do Reino sem preconceitos que Deus fará o resto. Amém.

Rev. Jesué Francisco da Silva.

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