ACREDITO NO AMOR
CRISTÃO, BOM SENSO E JUSTIÇA.
Meus amigos e minhas
amigas, meus irmãos e minhas irmãs em Cristo. Gostaria de repartir com vocês
alguma coisa que está em meu coração e que nós pregamos tanto. Tenho flanado
muito e, com certeza até cansado muitos de vocês com minha insistência sobre a
questão da aposentadoria compulsória de pastores e pastoras. Mas peço sua
atenção mais uma vez. Falarei sobre o quê eu acredito que nossas autoridades
estejam pensando. Estão pensando no amor cristão na prática. O amor do discurso
ninguém sente seus efeitos. O da prática sim. Tenho certeza de que nossas
autoridades independentemente do que dizem as leis estão pensando em tudo isso
com amor cristão e se perguntando: O quê Jesus faria em meu lugar? O amor
Cristão é o amor verdadeiro. Não é o conceito particular que eu possa ter de
amor. Se eu tomo uma atitude com amor os demais vão sentir isso e com certeza
serão beneficiados. Digo isso porque nós em muitos casos, somos parecidos com
as pessoas que ao tomarem uma decisão que não faz bem jogam a culpa no sistema.
No caso os computadores. Ora, todos nós sabemos que o sistema se alimenta de
dados e somos nós quem colocou esses dados nesses sistemas. Mesmo assim
jogamos a culpa no sistema para fugirmos e não assumirmos a reponsabilidade
sobre aquilo que está fazendo mal aos outros ou ao outo. A culpa é do sistema
que gerou isso ou aquilo, que lançou isso ou aquilo e por ai vai. Fazemos isso
quando jogamos tudo em cima de nossas Leis. Um dado interessante é que muitas
vezes as leis às quais culpamos por isso ou aquilo foram feitas por nós mesmos
ou por nossa influência. Acontece que em muitos casos essas leis não levam em
conta o amor cristão. Em um de nossos Concílios Gerais de nossa Igreja foi criada
uma lei que eu percebi logo que nos traria problemas. Era a Lei da lista
tríplice para a nomeação dos SDs pelos Bispos. Escrevi para o nosso SITE
Nacional e o mesmo publicou meu artigo. Criou-se um debate nacional e uma
consciência foi formado com respeito ao assunto. Agora tenho mandado e o SITE
não publica mais. Claro. Existe alguém mandando não publicarem. Mas ninguém pára
a mão de Deus. Uma vez eleita a delegação da Quinta região fui logo colocando
minha proposta à delegação para que a levassem
ao Concílio Geral para revisão, pois a lei era prejudicial aos bispos e
muito mais atrapalhava do que ajudava. Saí em defesa de nossos bispos que
estavam sendo linchados pelo povão por conta de uma lei criada que agora
gerava problemas sérios no caso das nomeações pastorais. Eu era SD e tive de
realizar dois concílios para resolver um mesmo assunto, pois um da lista
tríplice minha foi transferido em seguida. Surgiram falatórios e queriam culpar
os bispos da Igreja. A matéria está à disposição. Eu saí em defesa dos bispos
da Igreja dizendo que os mesmos não tinham culpa e sim a lei deveria ser
revista. Graças a Deus tudo foi levado ao 18º C. Geral que acatou a proposta e
a lei foi revista e reformulada. Os bispos passaram a ter a oportunidade
novamente de nomear seus SDs de maneira livre como antes. Por ironia do destino
eu nunca mais fui nomeado SD. Fico pensando e me perguntando: Será que dei um
tiro no pé?! Creio que não. Deve ser mera coincidência. Assim espero. Mas fui
eu quem saiu na frente debatendo a lei. Amém.
Bonsenso. O que é isso?
Sem dúvida é quando duas ou mais partes envolvidas em um processo chegam ao um
denominador comum. Não é o que um lado queria ou o outro lado ou ainda outros
lados, mas era o que a lógica e a boa sensibilidade levaram as pessoas a
fizeram. O bonsenso não é rebeldia em relação à lei e muito menos seu
descumprimento. Ele é na verdade um acordo consensual onde todos os envolvidos
ficam satisfeitos.
Justiça. Todos sabem
o que isso significa. Mas sabemos também que nem sempre fazemos justiça ao
tomarmos uma decisão embora essa decisão tenha suporte legal. Até porque como
já dei entender acima, as nossas leis podem ser tendenciosas. Por isso que eu
devo consultar meu coração antes de me curvar cegamente diante de uma lei. Pedro
disse corajosamente mesmo sendo açoitado, Mais importa obedecer a Deus do que
aos homens. A justiça de Deus pode até parecer demorada. Mas não falha. E ele
vê todos os nossos atos, mesmo aqueles que estão sofismados, mascarados e se
parecendo como justos e verdadeiros, mas não o são. Não estou com isso
desprezando a razão. Mas a nossa razão tem de passar pela censura do amor
cristão.
Como eu acredito em
nossas autoridades eu sei que estão pensando e repensando na lei que afasta um
pastor do ministério ativo somente por ter esse completado setenta nos de vida.
Amados e amadas pode se tratar de uma pessoa que investiu toda a sua mocidade,
sacrificou o convívio familiar, tenha ido morar só e longe de casa. Uma pessoa
que tenha sido humilhada, preterida até por preconceitos e sofrido muito para se
preparar para o ministério pastoral. Por isso mesmo e devido ao estímulo que
Igreja dava para quem era chamado para o pastorado tal vez essa pessoa nem
tenha se preparado para fazer outra coisa. Ora, sabemos que no Brasil todos os
aposentados estão fadados ao sofrimento por achatamento de seus vencimentos
pelo INSS por melhor que tenha sido a sua contribuição (Teto Máximo). Como vamos
ficar com nossa consciência tranquila deixando um velho ministro de Deus numa
situação dessas? Seu plano de saúde, quem vai pagar. Com o salário de miséria
do INSS não poderá bancar esse plano no momento em que mais precisar do mesmo. O
Pecúlio mal dará para adquirir uma casinha. Como fazer isso com alguém que doou
toda a sua vida desde a preparação até agora, ao ministério da Palavra. Este
que vos escreve foi um desses. A Igreja tinha uma previdência privada. Mas por
má gestão essa providência faliu e acabou. Mas não foi culpa dos contribuintes
à mesma.
Amados onde está o
nosso senso de justiça e de amor? E o bom senso, onde e como fica? Eu creio e
espero que estejam na mente e na alma sensíveis de nossas autoridades que irão
trabalhar para que isso seja revisto. Eu estou absolutamente certo de que teremos
que parar um dia. Mas que não seja forçadamente. Isso não, com o Ministério
pastoral da Igreja. Gente isso é um chamado, vocação de Deus e isso não pode
deixar de ser levado a sério e com muita consideração. Minha sugestão é que os
bispos da Igreja como conhecedores de seus quadros pastorais, chamem aqueles
que não estão mais produzindo por conta da Idade e façam com eles uma
avaliação, acho mesmo até que as Igrejas pastoreadas por eles devam ser
consultadas e após isso convidarem os pastores velhos a se afastarem.
Consensualmente e não partindo do pressuposto de que todos são improdutivos aos
setenta anos de idade porque isso não é verdade. Tem gente que não produz mais
até com menos. Mas há quem produz até com bem mais idade do que essa. Posso afirmar
que muitos de nossos bispos em suas primeiras eleições foram eleitos com muitos
votos de colegas e delegados leigos com muito mais de setenta anos de idade.
Mas como disse vou repetir: Eu confio no bonsenso de nossas autoridades. Desta
vez nem estou evocando a Lei secular (CLT) que é clara neste sentido. Estou evocando
a força do amor de Cristo. Aquilo que nós pregamos. É hora de viver isso. Aposentar
um pastor ou pastora à força?! Não
façamos isso em nome de Jesus Cristo. Amém?!!!
Rev. Jesué Francisco
da Silva (Presbítero da Igreja Metodista)
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