AS CONTRADIÇÕES NA VIDA DE NOSSA IGREJA.
Amados sem querer ser polêmico, mas tentando alertar o nosso povo metodista e principalmente as nossas autoridades, volto a alguns assuntos que julgo preocupantes na caminhada prática de nossa Igreja Metodista.
Quanto à aposentadoria de pastores, para mim está claro perante a lei que a Igreja Metodista não pode aposentar pastores e pastoras e terá de rever isso o quanto antes possível. (Vejam as artigos já publicados por mim anteriormente com farta argumentação jurídica). Quem aposenta um pastor e mesmo assim a pedido do mesmo, é o INSS. Somente esse órgão. E por quê? Porque a Igreja não é classificada como empregadora perante a
CLT e nem os pastores como empregados e sim como autônomos. Mudou o nome, mas eles contribuem na qualidade de autônomos. Portanto somente podem ser aposentados com tais. A lei é bastante clara. O 19º Concílio Geral colocou a Igreja numa tremenda enrascada que terá de ser corrigida agora ou ela (Igreja) sofrerá donos posteriores. Eu tenho consciência de que por ter idade próxima ao limite imposto pelo 19º CG as pessoas podem pensar que estou advogando em causa própria. Pode até ser. Mas eu nem sei se chegarei a esse limite. De acordo com os novos Cânones o como sempre foram, os presbíteros são vitalícios na ordem. Portanto enquanto estiverem vivos serão presbíteros. Ora, como tais têm direito de ministrar os sacramentos da Igreja, receber nomeação se o seu estado de
saúde estiver em ordem e houver necessidade. Art. 29, letras "a" a "d" mesmo sendo "inativos", coisa com a qual descordo totalmente. E eu considero que essa inatividade somente poderá ser concedida pelo INSS. Ele é o órgão competente para aposentar pastores.
É necessário que pensemos na diferença entre presbiterado e episcopado. Art. 127 paginas 78 a 79. O presbítero é vitalício e o bispo não. O episcopado dura enquanto durar o mandato. Terminado esse mandato, se o bispo não for reeleito, volta à categoria de presbítero da Igreja. O Bispo infelizmente ainda não vitalício. Digo infelizmente porque tenho lutado e brigado para que isso ocorra. Mas por enquanto o episcopado é apenas um cargo eletivo. Com isso em mente existe em mim uma pergunta que não quer
calar: Como sendo um cargo eletivo os C Gs, estão transformando-o em vitalício uma vez que concedem título de bispo a quem não é reeleito, se aposenta, etc.? Se bispo é um encargo do cargo eletivo como podem transformá-lo em título e concedê-lo à quem não foi mais eleito ou se aposentou? Eu não sou contra os títulos dados aos bispos. Muito pelo contrário, como disse gostaria que fossem vitalícios. Mas estou dizendo que nossos Concílios Gerais estão sendo contraditórios e perdidos nas próprias leis que criam. Do mesmo modo que sou contra a aposentadoria de pastores e pastoras enquanto estão em condições de pastorear, também sou contra ao episcopado do jeito que é constituído na Igreja. Teria de ser vitalício e não eletivo por determinado período. Isso força, salvo
melhor juízo, os mesmos Concílios a agirem incoerentemente de acordo com a Lei canônica.
Gente boa, muita coisa tem de ser revista e repensada na caminhada de nossa amada Igreja. Tenho muitas outras inquietações. Mas no momento estarei trabalhando em cima dessas duas: Ilegalidade da aposentadoria compulsória de pastores e títulos de bispo a quem não foi mais eleito ou se aposentou da função. Mas eu acredito que nossa Igreja é dotada de homens e mulheres sábios e sábias e que tomarão medidas sérias e corrigirão à tampo, essas distorções ou digamos: Esses equívocos. Creio que a COGEAM, Comissão Geras de Constituição e Justiça e Colégio Episcopal terão muito o que fazer nessas áreas até o próximo Geral.
Alguém me perguntaria: Rev. Jesué, porque o senhor não fala assim no Geral? Eu falaria se deixassem. Como se deixassem? Sim creio que sabendo disso vão me isolando cada vez mais. Nunca fui eleito para a COREM, Comissão de Justiça, e muito menos delegado aos Gerais. Certamente não sabem que sou metodista de terceira Geração, que já vi e acompanhei muitas fases na vida de nossa Igreja, que sou pastor metodista há 40 anos e sobre tudo sou um servo de Deus e que a ele entreguei toda a minha vida desde jovem, com dedicação exclusiva nesse ministério pastoral. Espero que Deus me dê saúde para continuar mesmo depois dos setenta. Acho que por ser de origem humilde e pertencer a uma Igreja "elitista", as pessoas que estão no "poder" não consigam me enxergar. Mas eu
continuo aqui lutando enquanto o Senhor me der forças, para o bem dessa Igreja e desse ministério pastoral no qual investi tudo de mim. Não para a minha glória, mas para a gloria do Reino de Deus. Para isso, mesmo sem ser compreendido, tenho colocado de lado a falsa modéstia e me oferecido para o trabalho, mesmo correndo o risco de ouvir um solene "não". Eu tenho uma credencial de Presbítero que diz que serei tal enquanto o meu espírito e prática de vida estiverem de conformidade com os princípios do Evangelho. Não é até os setenta anos. Finalmente repito: Autoridades da Igreja tomem providências, esqueçam do poder humano e deixem o poder do Espírito Santo agir em cada dos senhores. Isso antes que seja muito tarde.
Obs. Estou anexando uma foto minha para que se lembrem de mim e orem por minha vida e liguem as falas à pessoa. Um abraço.
Rev. Jesué Francisco da Silva (Presbítero da Igreja Metodista)
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