quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

PALAVRA PASTORAL – QUEM DEVE TER VEZ NA IGREJA? OS VELHOS OU OS NOVOS? – Gn. 2:4; I Tim. 4:12.






Prezadas irmãs e prezados irmãos hoje eu gostaria de refletir com vocês sobre o tema acima a luz da Palavra de Deus. Sem entrar em debates teológicos e, por outro lado não usar os textos como pretextos pensemos sobre o assunto. Normalmente nós temos em muitos casos até preconceitos ora em relação aos jovens, ora em relação aos mais velhos. Às vezes achamos que os jovens não servem porque não têm experiência, mas também achamos que os velhos não servem porque já perderam a sua capacidade física e cognitiva. É bom dizer que nos dois casos podemos estar errados. Creio que ao avaliarmos a capacidade de uma pessoa por sua idade cronológica não podemos nos deixar levar pela subjetividade e muitos menos por aparências que nós julgamos serem corretas porque poderão não ser as mais acertadas.  Por isso o correto é uma avaliação de cada pessoa porque cada um é cada um e todos nós sabemos que as pessoas por muitas razões, não são iguais. Mas o que se vê não é isso e sim avaliações superficiais e subjetivas e nesse caso especialmente dos velhos. Achamos que todas as pessoa por atingir determinada idade não servem mais simplesmente pela idade sem analisar a capacidade física e cognitiva dessa pessoa. Não colocamos isso na mesa e julgamos, ele ou ela está assim ou assado devido à sua idade. Podemos estar errados, pois outros fatores podem estar em jogo ou até mesmo uma coisa não ter nada a ver com a outra. Vejamos a idade de Abrão quando recebeu o chamado de Deus. Setenta e cinco anos. Ele não argumentou sua idade e muito menos Deus observou isso ao chamá-lo. Uma coisa importante e digna de nota é que mesmo com essa idade ao chamar Abrão Deus lhe faz promessas dizendo entre outras coisas que ele seria pai de uma grande Nação. E tudo se cumpriu plenamente. Outra história interessante é a de Moisés e seu irmão Arão. Moisés tinha oitenta anos e Arão oitenta e três anos quando foram chamado para libertarem o povo da escravidão egípcia. Por que isso? Porque Deus não olha segundo o nosso critério de valores tão limitado e que muitas vezes achamos tão absoluto e determinante. Deus precisa da experiência dos velhos para dirigir o seu povo. Porém hoje em dia vivendo em um mundo onde tudo é descartável tem Igreja pronta para descartarem seus pastores aos sessenta e cinco anos de idade para que cedam espaços aos jovens. Gostaria de lhes dizer uma coisa importante, eu fui ruralista até ir para o seminário me preparar para o ministério pastoral. La na lavoura eu aprendi que a experiência do velho quando somada à força do jovem se transforma numa potência imbatível. E como aprendi isso? Ora, vendo e aprendendo a amansar bois. Se a gente colocasse um garrote sozinho no arado ou na carruagem ele arrebentava tudo pulando o dia todo. Mas então se colocava de um lado da canga um boi bem velho e do outro o garrote. Enquanto o garrote pulava o boi velho ficava bem tranquilo e o segurava. No dia seguinte o garrote pulava menos e dentro de pouco tempo estava manso como o velho. O quê era isso? Experiência do velho controlando a impetuosidade do jovem. Não há necessidade de ter preconceitos. Deus precisa dos dois. Na Igreja nós deveríamos sempre observarmos esse princípio. Vejam. Paulo já era velho e confiou no jovem Timóteo e não permitiu que o mesmo tivesse sua mocidade desprezada. Para quê preconceitos? Isso leva a Igreja a perder e muito. Usemos a força jovem maravilhosa que temos sem abrir mão da experiência dos nossos velhos e haveremos de ver como a Igreja de Cristo vai crescer. Hoje eu sou considerado velho. Mas também já fui jovem e sei perfeitamente que meu ministério em nada diminuiu. Muito pelo contrário cresceu e muito. Quase e de tudo e em todas as coisas tenho um pouco de experiência. A Bíblia não mostra um Deus que faz essa distinção. Mostra sim um Deus que chama e usa quem
Ele quer. O chamado de Deus de Deus não está condicionado aos preconceitos humanos. O chamado de Deus não deve ser condicionado aos valores humanos e sim os valores humanos ao chamado de Deus.
Tenhamos muito cuidado tanto ao julgarmos os nossos jovens com incapazes por serem jovens como aos nossos velhos pelas mesmas razões em sentidos opostos. Vamos orar para que nossos
Concílios revejam posições que evidenciam isso. Vamos orar para tenhamos cuidado ao julgarmos aquilo que chamamos de produção dos nossos velhos porque o problema pode ser outro e nesse caso estaremos pecando mesmo pensando estar fazendo o melhor.
Essas recomendações são válidas tanto para a Igreja institucional como para as Igrejas locais. Precisamos dos Timóteos, mas precisamos também dos Abrões, dos Moesses e dos Arões.
A Igreja de Cristo não pode entrar no jogo do mundo pós-moderno do descartar as coisas especialmente os seus pastores. A renovação virá naturalmente sem a necessidade desse expediente. Amém?!
Rev. Jesué Francisco da Silva.

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