Meus irmãos e minhas irmãs eu gostaria de meditar com vocês
hoje sobre o tema acima, até porque ainda vemos algum tipo de preconceito sobre
o mesmo.
John Wesley, o fundador do metodismo no século XVIII iniciou
esta obra depois da experiência que ele teve com o Espírito Santo em sua vida.
Ele teve dificuldades para lidar com o nome que daria a essa experiência tão
profunda e marcante em sua vida e, porque não dizer, nas vidas dos demais que a
tiveram, estão tendo e a terão futuramente. Wesley ora a chamava de Batismo
Espiritual, ora de Batismo com o Espírito Santo e outras vezes de testemunho
interior do Espírito. Mas sempre reconhecia que havia uma mudança e que essa
experiência tinha um nome. Durante muitos anos somente os chamados “pentecostais”
lidaram com isso. As Igrejas históricas tinham muitas dificuldades para
trabalhar o conceito de Batismo com o Espírito Santo. Havia até certo
preconceito sobre a ideia e essas Igrejas (Históricas) faram ficando para trás
e nem mesmo falavam sobre a questão em seu ponto de vista bíblico/teológico. É
natural que não buscando conhecimento sobre um assunto tão profundo como este
as pessoas ou Igrejas fiquem perdidas e sem perceberem a sua real importância
nas vidas das pessoas e comunidades. Creio que isso levou também os chamados “tradicionais”
a fazerem vários tipos de críticas aos “pentecostais” e isso gerou um
distanciamento dos grupos e os insultos mútuos ao invés de procurarem o
crescimento em comunhão o que teria sido sem dúvida uma experiência muito rica.
Viviam nesse desconforto. Mas Wesley em seu tempo já agiu diferente. Procurava
ler e estudar tudo o que podia sobre o assunto e tinha com os moravianos (um
grupo carismático) uma relação muito estreita e isso o levou mais tarde a
abraçar a causa por eles defendida, ou seja: Uma vida cheia do Espírito e a
busca de santidade. A vinda do Espírito Santo sobre Wesley não foi algo por
acaso e nem repentina sem que ele a tivesse buscado. Wesley buscou intensamente
uma vida de comunhão plena com Deus através do Espírito Santo que ele conhecia
teologicamente, mas não conhecia na prática. Somente a partir do dia 24 de maio
de 1738 na Rua Aldersgate em uma reunião bem informal dirigida por um leigo
Wesley passou a viver intensamente a experiência com Espírito Santo. Porém a
maior evidência de que ele agora estava realmente transformado eram as vidas
que se rendiam a Cristo ao ouvirem sua palavra cheia do Espírito Santo e o fogo
de Deus. Ninguém conseguia ouvir Wesley e continuar indiferente. Alguma coisa
acontecia. Deus agora falava realmente na boca de John Wesley. Suas pregações
deixaram de ser teóricas e passaram a ser a voz de Deus que mudava as pessoas.
O amor que passou a sentir pelas almas perdidas era insofismável. Tudo o que
Wesley somente conhecia de forma teórica sobre Deus e seu relacionamento com os
pecadores passou a ser prático, verdadeiro, vivo. Nós metodistas conhecemos o
Batismo com o espírito Santo dessa maneira. Por isso ainda hoje o chamamos
também de Batismo santificador.
Louvo a Deus porque a Igreja Metodista redescobriu essa
grande verdade e voltou à suas origens. Não podemos admitir que alguém quisesse
fazer a abra de Deus como Deus quer que seja feita sem esse Batismo Santificador.
Seria impossível. Podemos até realizar trabalhos bem planejados e organizados,
mas as almas jamais se renderão a Cristo e o nosso discurso se torna cansativo
e monótono. Podemos pregar sobre comunhão o tempo todo em nossos púlpitos. Mas
não haverá comunhão verdadeira entre o nosso povo sem esse batismo com o
Espírito Sando e com fogo.
O que tal vez tenha levado as nossas comunidades a discussões
sobre o tema e a rejeitarem a ideia foi a evidência desse Batismo. Quais seriam
as evidências do recebimento do Batismo com o Espírito Santo? Os “pentecostais” diziam ser o falar em
línguas estranhas. Os “históricos” rejeitavam essa tese. O problema é que como
escape os “tradicionais” usavam sempre o texto bíblico de I Cor. 13 aonde Paulo
fala que poderia falar as línguas dos homens e dos anjos, porém sem amor seria
como o sino que retine e não teria nenhum valor. Mas Paulo não está contra o
dom de línguas e sim contra o dom em si mesmo sem amor. Era o que estava acontecendo
na Igreja de Corintos naqueles dias. Por isso Paulo regulamenta os cultos no
capítulo 14 onde diz que no caso de alguém falar em outras línguas que falem
dois ou quando muitos três e um após o outro e que haja intérprete para que a
Igreja receba edificação. Por quê? Porque estava acontecendo uma desordem
tremenda. Um começava a falar em línguas e de repente todos estavam falando e o
culto ficava girando em torno de um dos dons do Espírito. Mas não há ninguém
que possa negar que na Bíblia existem casos em que a evidência da vinda do
Espírito Santo tenha sido o falar em outras línguas. Vamos aos textos; Atos,
19:1-7.Paulo após passar pelas regiões mais altas chega a Éfeso e encontra um
grupo de discípulos entusiasmados e lhes pergunta se eles haviam recebido o
Espírito Santo quando creram. Ao que responderam; Nós nunca nem ouvimos que
existe o Espírito Santo. Depois que lhes pergunta em que Batismo haviam sido
eles batizados e sabendo era no batismo de João Paulo explica a os batiza em
nome do Senhor Jesus. Depois impõe as mãos sobre eles e o Espírito Santo é derramado. O que
aconteceu? Aqueles homens passaram a falar em outras línguas e a profetizarem.
Está bem claro aqui que nesse caso as evidências foram as línguas e as
profecias. Voltem um pouco para o capítulo dez de Atos e veja o episódio na
casa de Cornélio. Vejam a partir do
versículo 44 o que acontece enquanto Pedro está falando. O texto diz que
enquanto Pedro falava o Espírito santo caiu sobre todos os lhe ouviam a
palavra, pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus. Diante disso
Pedro ordena que sejam batizados, pois haviam recebido o Espírito Santo com
Eles (os da circuncisão) que acompanhavam a Pedro. Vejamos ainda o capítulo oito de Atos a partir
do versículo 14 até 17. A coisa era tão evidente que Simão ficou invejado e
quis comprar esse dom com dinheiro, pois os dois enviados impunham as mãos
sobre as pessoas e elas recebiam o Espírito Santo. Você me perguntaria: Pastor,
mas e as evidências? Eu lhe responderia: A coisa era imediata. Não havia tempo
para as pessoas demonstrarem com suas vidas, o que lhes havia acontecido. Tudo
era visto na hora. Este texto começa dizendo que os irmãos Pedro e João foram
enviados para Samaria porque o povo estava recebendo a Palavra de Deus e os
crentes estavam aumentando, mas o Espírito Santo ainda não havia vindo sobre
nenhum deles. Eles foram com a missão de orar por todos para que recebessem o
Espírito santo. Irmãos como ver isso indiferente? Questiono o tempo que muita
gente demora a perceberem essa verdade bíblica.
Iniciemos o novo ano pensando firmemente em uma comunidade
cheia de fé, amor e que busca o Batismo
com o Espírito Santo. Amém.
Rev. Jesué Francisco da Silva.
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