Meus irmãos e minhas irmãs hoje eu gostaria de meditara com
vocês mais uma vez sobre a comunhão que precisamos ter um com os outros.
Infelizmente hoje em dia nós vivemos em um mundo onde
predomina cada vez mais o individualismo que não deixa espaço em nossas vidas
para o outro ou para a outra. Esse individualismo leva ao egocentrismo e ao
egoísmo cada vez mais evidente em todas as nossas ações. Tudo é para mim. Tudo
precisa ser meu. Aqui também entra a cultura capitalista da sociedade onde
estamos inseridos (as). Mas é assim. Nas ruas por onde trafegamos, achamos que somente
somos os donos e quando alguém nos adverte que elas (ruas) são públicas achamos
ruim. Mas pastor isso não acontece. Não? Então vamos exemplificar. Como é o
comportamento no trânsito? Que tipo de coisa fazemos para alertarmos os outros
especialmente quando achamos que eles estão errados ou que tomaram o nosso
espaço? Geralmente gritamos, buzinamos o garro alto e longamente e saímos todos
felizes achando que fizemos a coisa certa. Mas crentes não agem assim. Agem sim.
Não deveriam, mas agem. Crentes também são egoístas, crentes também se
comportam com individualismo. Mas pastor todos nós precisamos ter nossa
personalidade que não precisa necessariamente igual a dos outros. Sim. Mas ser
um indivíduo e ser único não é o mesmo que ser individualista. Cada indivíduo
deve respeitar o outro. Eu preciso reconhecer que assim como eu tenho meus
direitos os outros também têm os deles. É bom lembrar que os meus direitos
começam aonde terminam os dos outros. Ser indivíduo não significa achar que
somos os únicos e que tudo tem de girar em torno de nós. Eu sou um indivíduo,
mas devo admitir que na minha vida existe espaços para o outro. Por outro lado
eu, mesmo sendo um indivíduo devo perceber e respeitar os espaços do outro.
Somos diferentes uns dos outros, mas vivemos em sociedade. O ser humano é um
animal gregário. Ou seja: Não sabe viver sozinho. Mesmo assim insistimos em
nosso individualismo. No momento atual crescem os meios de comunicação
especialmente através da tecnologia. Isso supostamente deveria aproximar as
pessoas. Mas o que se vê é o inverso. As pessoas estão cada vez mais distantes
uma das outras, cada vez mais frias umas com as outras. Ouvi um professor
dizendo o seguinte: “Estou preocupado porque percebo que mesmo em um mundo tão
avançado em tecnologia as pessoas não se aproximam uma das outras para se
olharem, se falarem e fazerem uma comunicação calorosa, humana, onde um sente
realmente o outro. Ouve sua voz real sem passar por meios eletrônicos e podem
se tocar mutuamente. Tenho alunos que não
conversa com o colega da classe mas ao chegar em casa começa a conversar com
esse colega que esteve ao seu lado o tempo, por meio da internet”. Ora, isso é
grave porque leva as pessoas a terem somente relacionamentos virtuais. É claro
que não é bom. Precisamos desse tipo de relacionamento porém ele jamais deve
funcionar como substituto do outro. Tem gente que apanha o telefone e fica maia
hora, quarenta minutos falando com outra pessoa que dista dela apenas um
quilômetro. Não seria melhor pegar o carro e ir até onde a outra pessoa está? O
relacionamento virtual dá-nos a possibilidade de dizer à outra pessoa aquilo
que jamais diríamos olhando em seus olhos. Quantas vezes nos sentamos diante do
computador falamos com o outro um monte de grosseiras que não falaríamos
pessoalmente de jeito nenhum. Mas o individualismo transforma-nos em coisas,
objetos, onde o outro somente tem espaço
se for para tirarmos um pouco de vantagem. Caso contrário não. Mas pastor na
Igreja isso não existe e é muito combatido. Eu diria que somente de boca, de
palavras e não de fato. Em muitos casos o individualismo se faz presente dentro
das Igrejas. Cada um para si mesmo até quando cultua a Deus. Eu estou
absolutamente seguro de que em estando juntos num suposto culto ou um suposto
momento de adoração, sem considerarmos a presença dos outros isso não é nem
culto e nem adoração e Deus está longe disso. Devo chamar a atenção até para
algumas de nossas composições musicais que deixam bem clara essa postura
individualista. Quando usamos muito os pronomes meu, minha, eu, mim, etc ficam
evidentes os traços de nossa cultura individualista.
Jesus até para ensinar a orar disse: Pai nosso. Venha a nós.
Perdoa-nos. As nossas... e assim por diante. (Mt. 6:9-12) Na oração sacerdotal
Jesus diz: “Que eles sejam um assim com nós ó pai somos um para que o mundo
creia que tu me enviaste” Evangelho de João capítulo dezessete.
Queridos irmãos e queridas irmãs, não é possível falar em
comunhão sem considerar essas coisas em nosso comportamento. Pois tudo isso
cria uma enorme barreira para a nossa comunhão. Mas a Bíblia deixa claro que é
necessário vivermos em unidade, em comunhão. No versículo/base desta mensagem o
escritor diz que se mantivermos comunhão uns com os outros o sangue de Cristo
nos purifica de todo o pecado. Aleluia! Queridos e queridas a falta de comunhão
emperra a caminhada e o crescimento da Igreja de Jesus em todos os sentidos.
Por isso meu apelo a vocês é para nos esforcemos e busquemos viver em comunhão
uns com os outros aqui na Igreja que não e limita ao templo. A Igreja continua
depois dos cultos públicos e nós somos a Igreja fora dos templos também. Por
isso vivamos sempre em comunhão. Afastemos o individualismo de nosso meio.
Sejamos um por todos e todos por um. E a graça de Deus será derramada sobre nós
e haveremos de ver a Igreja crescer em todos os sentidos, repito. Vocês querem
mesmo ver a Igreja crescer? Então se empenhem por viverem em comunhão. Aquela
comunhão de amor. Comunhão com os irmãos como consequência de nossa comunhão
com Deus. Amém.
Rev. Jesué Francisco da Silva.
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