sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

PALAVRA PASTORAL – CAMUNHÃO UNS COM OS OUTRROS (I João, 1:7)


 
 

Meus irmãos e minhas irmãs hoje eu gostaria de meditara com vocês mais uma vez sobre a comunhão que precisamos ter um com os outros.

Infelizmente hoje em dia nós vivemos em um mundo onde predomina cada vez mais o individualismo que não deixa espaço em nossas vidas para o outro ou para a outra. Esse individualismo leva ao egocentrismo e ao egoísmo cada vez mais evidente em todas as nossas ações. Tudo é para mim. Tudo precisa ser meu. Aqui também entra a cultura capitalista da sociedade onde estamos inseridos (as). Mas é assim. Nas ruas por onde trafegamos, achamos que somente somos os donos e quando alguém nos adverte que elas (ruas) são públicas achamos ruim. Mas pastor isso não acontece. Não? Então vamos exemplificar. Como é o comportamento no trânsito? Que tipo de coisa fazemos para alertarmos os outros especialmente quando achamos que eles estão errados ou que tomaram o nosso espaço? Geralmente gritamos, buzinamos o garro alto e longamente e saímos todos felizes achando que fizemos a coisa certa. Mas crentes não agem assim. Agem sim. Não deveriam, mas agem. Crentes também são egoístas, crentes também se comportam com individualismo. Mas pastor todos nós precisamos ter nossa personalidade que não precisa necessariamente igual a dos outros. Sim. Mas ser um indivíduo e ser único não é o mesmo que ser individualista. Cada indivíduo deve respeitar o outro. Eu preciso reconhecer que assim como eu tenho meus direitos os outros também têm os deles. É bom lembrar que os meus direitos começam aonde terminam os dos outros. Ser indivíduo não significa achar que somos os únicos e que tudo tem de girar em torno de nós. Eu sou um indivíduo, mas devo admitir que na minha vida existe espaços para o outro. Por outro lado eu, mesmo sendo um indivíduo devo perceber e respeitar os espaços do outro. Somos diferentes uns dos outros, mas vivemos em sociedade. O ser humano é um animal gregário. Ou seja: Não sabe viver sozinho. Mesmo assim insistimos em nosso individualismo. No momento atual crescem os meios de comunicação especialmente através da tecnologia. Isso supostamente deveria aproximar as pessoas. Mas o que se vê é o inverso. As pessoas estão cada vez mais distantes uma das outras, cada vez mais frias umas com as outras. Ouvi um professor dizendo o seguinte: “Estou preocupado porque percebo que mesmo em um mundo tão avançado em tecnologia as pessoas não se aproximam uma das outras para se olharem, se falarem e fazerem uma comunicação calorosa, humana, onde um sente realmente o outro. Ouve sua voz real sem passar por meios eletrônicos e podem se tocar mutuamente. Tenho alunos que  não conversa com o colega da classe mas ao chegar em casa começa a conversar com esse colega que esteve ao seu lado o tempo, por meio da internet”. Ora, isso é grave porque leva as pessoas a terem somente relacionamentos virtuais. É claro que não é bom. Precisamos desse tipo de relacionamento porém ele jamais deve funcionar como substituto do outro. Tem gente que apanha o telefone e fica maia hora, quarenta minutos falando com outra pessoa que dista dela apenas um quilômetro. Não seria melhor pegar o carro e ir até onde a outra pessoa está? O relacionamento virtual dá-nos a possibilidade de dizer à outra pessoa aquilo que jamais diríamos olhando em seus olhos. Quantas vezes nos sentamos diante do computador falamos com o outro um monte de grosseiras que não falaríamos pessoalmente de jeito nenhum. Mas o individualismo transforma-nos em coisas, objetos,  onde o outro somente tem espaço se for para tirarmos um pouco de vantagem. Caso contrário não. Mas pastor na Igreja isso não existe e é muito combatido. Eu diria que somente de boca, de palavras e não de fato. Em muitos casos o individualismo se faz presente dentro das Igrejas. Cada um para si mesmo até quando cultua a Deus. Eu estou absolutamente seguro de que em estando juntos num suposto culto ou um suposto momento de adoração, sem considerarmos a presença dos outros isso não é nem culto e nem adoração e Deus está longe disso. Devo chamar a atenção até para algumas de nossas composições musicais que deixam bem clara essa postura individualista. Quando usamos muito os pronomes meu, minha, eu, mim, etc ficam evidentes os traços de nossa cultura individualista.

Jesus até para ensinar a orar disse: Pai nosso. Venha a nós. Perdoa-nos. As nossas... e assim por diante. (Mt. 6:9-12) Na oração sacerdotal Jesus diz: “Que eles sejam um assim com nós ó pai somos um para que o mundo creia que tu me enviaste” Evangelho de João capítulo dezessete.

Queridos irmãos e queridas irmãs, não é possível falar em comunhão sem considerar essas coisas em nosso comportamento. Pois tudo isso cria uma enorme barreira para a nossa comunhão. Mas a Bíblia deixa claro que é necessário vivermos em unidade, em comunhão. No versículo/base desta mensagem o escritor diz que se mantivermos comunhão uns com os outros o sangue de Cristo nos purifica de todo o pecado. Aleluia! Queridos e queridas a falta de comunhão emperra a caminhada e o crescimento da Igreja de Jesus em todos os sentidos. Por isso meu apelo a vocês é para nos esforcemos e busquemos viver em comunhão uns com os outros aqui na Igreja que não e limita ao templo. A Igreja continua depois dos cultos públicos e nós somos a Igreja fora dos templos também. Por isso vivamos sempre em comunhão. Afastemos o individualismo de nosso meio. Sejamos um por todos e todos por um. E a graça de Deus será derramada sobre nós e haveremos de ver a Igreja crescer em todos os sentidos, repito. Vocês querem mesmo ver a Igreja crescer? Então se empenhem por viverem em comunhão. Aquela comunhão de amor. Comunhão com os irmãos como consequência de nossa comunhão com Deus. Amém.

Rev. Jesué Francisco da Silva.

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